Grupo autorizava a destinação de emendas parlamentares, inclusive de terceiros, para prefeituras previamente cooptadas, mediante exigência de retorno de comissão, o que seria crime.
O esquema aconteceria por meio de empresas de fachada, que lavariam o dinheiro. O cruzamento de dados dos sistemas do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Tribunal de Contas do Ceará (TCE-CE)revelou que essas empresas movimentaram cerca de R$ 455,5 milhões entre 2023 e 2025, dos quais ao menos R$ 91,9 milhões têm origem comprovada em recursos federais enviados aos municípios cearenses.
A PF também constatou a existência de uma “cadeia hierárquica interna bem definida e o temor de represálias diante de qualquer desconformidade nas remessas de valores”. Os trabalhos avançaram e, nesta terça-feira, Junior Mano foi alvo de operação. Agentes da operação Underhand cumpriram diligências no gabinete do deputado em Brasília e também no Ceará, em endereços de Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. Em nota, o deputado nega envolvimento e diz que “a verdade dos fatos prevalecerá”. Além disso, uma denúncia feita em Canindé colocou o deputado no núcleo do esquema.
A então prefeita, Rosário Ximenes (Republicanos), denunciou supostas ameaças cometidas por Bebeto durante a campanha, em busca de apoio para Professor Jardel (PSB), eleito em outubro. Segundo ela, o representante de Choró seria o fornecedor financeiro da campanha do candidato adversário, Professor Jardel (PSB), eleito em outubro. Esses recursos, ainda segundo o depoimento, vinham de licitações e emendas parlamentares que ele negocia junto a Deputados Federais e a 51 prefeituras, com o auxílio de Júnior Mano. Dessa forma, “o deputado concede as emendas, manda para ele (Bebeto) e ele lava”.