Trajetória do deputado foi veloz como poucas. Em 2016, elegeu-se vice-prefeito da pequena Nova Russas, em 2018, elegeu-se deputado federal, em seguida em 2020, elegeu sua esposa à Prefeita.
Não é fácil se destacar na Câmara dos Deputados. São 513 parlamentares apenas alguns poucos conseguem visibilidade. Júnior Mano não é um deles. Mesmo assim, em 2022 já era uma potência nas urnas. Não mais o antepenúltimo, mas o segundo mais votado, com 216.531 votos. Mais que triplicou em relação a 2018. O movimento da Policia Federal já é uma arma contra Júnior Mano, após ser revelado que seu grupo comandaria um dos maiores esquemas de compra e venda de Emendas Parlamentares.
Júnior Mano é considerado pelos colegas deputados como “Inconsequente” por suas escolhas e projeções megalomaníacas na busca pelo poder. Tão imensuráveis elas, que fez a cabeça até de um político gabaritado como Cid Gomes. O senador Cid Gomes (PSB) sinalizou apoiá-lo a senado federal, mesmo contra o desejo de Camilo Santana, Elmano de Freitas e José Guimarães. Isso foi em fevereiro, quando as denúncias já eram conhecidas e frias. Não soou oportuno. A oposição aproveitou e na base quase ninguém entendeu. Hoje o esquema foi completamente revelado pela imprensa.
Numa briga tão intensa pelas duas candidaturas governistas ao Senado, hoje parece improvável bancar Júnior Mano como candidato ao senado após ser revelado o grandioso esquema. Os caciques palacianos ganham argumentos para se opor a iniciativa. Os demais pretendentes às cadeiras como Chiquinho Feitosa e José Guimarães, se municiam de argumentos. Batizada de “Underhand”, a ação da PF é uma iniciativa contra desvio de recursos públicos e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão nos municípios de Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio, e em Brasília/Distrito Federal. Houve o bloqueio de R$ 54,6 milhões das contas dos investigados.