Por Dante Araujo, fundador da Forno Lab
Se você achou que Virginia Fonseca ia chegar na CPI das Bets toda produzida, maquiada, cheia de brilho e cercada de luxo, sinto te informar: você perdeu o capítulo mais estratégico da novela da vida real. A jogada dela foi bem mais calculada do que você imaginava.
Sentada lá no Senado, Virginia tava de moletom rosa, óculos de dona de casa e aquela garrafinha estilosa que virou quase acessório fashion. Nada de glamour, nada de ostentação. Ela tava na cara do gol do arquétipo mais poderoso do Brasil: a mãe simples, gente como a gente, daquelas que só quer proteger a filha — e que, de quebra, faz você sentir aquela pontinha de empatia e até orgulho nacional.
O Brasil inteiro esperava a influencer empresária milionária, toda arrumada, pronta pra brilhar. Mas ela entregou a versão “Inocente”. E olha, caiu como uma luva. Antes mesmo dela abrir a boca, ela já tinha virado o jogo, desarmado os julgamentos, ganhado a simpatia do público. Tudo isso só com a imagem, um verdadeiro “checkmate” sem precisar mover nenhuma peça na fala.
Agora, segura essa: quando ela não tá no Senado, a Virginia é a “Governanta” – aquela que resolve, que manda ver nos negócios, que sabe o que faz e que não deixa a peteca cair. Ou seja, ela usa dois arquétipos diferentes dependendo do palco e da audiência, como um verdadeiro camaleão estratégico.
E é aí que tá o segredo do sucesso no marketing digital — e na vida real: arquétipos são como fantasias estratégicas. Você veste a que mais ajuda a ganhar o jogo. Controlar a imagem é controlar a narrativa. Quem não escolhe seu arquétipo acaba sendo escolhido pelo mercado — e quase sempre da pior maneira possível, tipo aquele parente chato que aparece sem avisar na sua festa.
Se você acha que vender é só jogar produto na cara do cliente, tá na hora de pensar diferente. Vender é contar uma história que conecta, que emociona, que faz a pessoa se enxergar naquele papel, que faz o lead dizer “é isso que eu quero pra minha vida”.
Então, se a Virginia, com um moletom e óculos simples, conseguiu faturar milhões só com a estratégia da imagem, imagina o que você pode fazer aplicando esses mesmos conceitos na sua agência ou no seu negócio. Posicionar não é fingir ser quem você não é. É ser estratégico com quem você realmente é — e fazer disso a sua maior arma para dominar o mercado.
Afinal, não é só o que você vende, mas como você se apresenta que determina se o cliente vai comprar, confiar e voltar. E a lição da Virginia é clara: às vezes, menos é mais — e ser “inocente” na hora certa pode ser o truque que você nem sabia que precisava no seu arsenal.