São cumpridos 15 mandados de busca e apreensão no gabinete e residências do deputado em Brasília, Fortaleza e Nova Russas, além de Eusébio, Canindé e Baixio.
Em menos de dois anos, Júnior Mano saiu da vice-prefeitura para ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados; deputado afirma, em nota, não ter ‘qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos’
Deputado é acusado de direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas. Suspeita é de que também tenha havido influencia em procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo. O bloqueio dos valores em contas de pessoas físicas e jurídicas tem o objetivo de interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação ao erário. Ao todo houve o bloqueio de R$ 54,6 milhões das contas dos suspeitos. Segundo a PF, o parlamentar é investigado por manipulação do processo eleitoral por meio da compra de votos e desvio de verbas públicas, esquema que seria supostamente liderado por seu apadrinhado Bebeto do Choró – atualmente foragido da Justiça. O inquérito policial contra Junior teve início a partir de denúncia da ex-prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos), em setembro de 2024.
Junior Mano foi filiado ao PSB após ser expulso do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O senador Cid Gomes lançou, em fevereiro, o deputado como candidato ao Senado em 2026. Júnior Mano é casado atualmente com Giordanna Silva Braga Mano, prefeita da cidade Nova Russas. Em 2022, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) cassou o diploma dela e do vice José Anderson por abuso de poder político e captação ilícita de votos. Coube recurso da decisão.
Em nota, o deputado afirmou que “não tem qualquer participação” no esquema criminoso. “O parlamentar reafirma sua confiança nas instituições, em especial no Poder Judiciário e na Polícia Judiciária Federal, e reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública.” Por fim, o deputado afirma ter “plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá”.