Delegado Caio Colombo, responsável pelo inquérito, não tomou depoimento do advogado, conhecido por ostentar um padrão de vida luxuoso nas redes sociais. O movimento seria para tentar se explicar antes mesmo de ser intimado.
Nelson Wilians não figura como investigado no inquérito que resultou na Operação Sem Desconto, mas caiu na malha fina do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por causa de operações financeiras consideradas suspeitas, incluindo pagamentos a Camisotti.
O escritório Nelson Wilians Advogados movimentou R$ 4,3 bilhões em operações financeiras consideradas suspeitas pelo Coaf, entre 2019 e 2024. Somente entre outubro de 2023 e julho de 2024, período que compreende o auge da farra do INSS, a banca recebeu R$ 449 milhões em duas contas bancárias.
Os relatórios do Coaf foram enviados à PF no âmbito da Operação Sem Desconto. Segundo o relatório, o advogado pagou R$ 15,5 milhões a Maurício Camisotti, investigado como possível “beneficiário final” da farra dos descontos sobre aposentadoria. O empresário era cliente de Nelson Wilians, que comprou um imóvel de Camisotti para fazer o jardim de sua mansão na capital paulista.