Inquérito do golpe seria um “jogo de cartas marcadas”, no qual dificilmente o ex-chefe do Planalto e a maioria dos demais réus escaparão sem condenação.
Em tom de brincadeira, o convite foi feito por Bolsonaro durante o interrogatório do ex-presidente da República no chamado inquérito do golpe, na tarde da terça-feira (10/6), na Primeira Turma do Supremo. Nos bastidores, lideranças bolsonaristas avaliaram que o ex-presidente não deveria ter brincado com Moraes. Sobretudo “convidando” o ministro a ser seu candidato a vice nas eleições de 2026 ao Palácio do Planalto.
Em um momento do interrogatório, o ex-presidente também pediu “desculpas” a Moraes durante algumas de suas declarações, e, ao opinar sobre imunidade parlamentar, advertiu que o que afirmava era “com todo respeito”. Mesmo com o tom cortés e respeitoso entre os dois, Bolsonaro deixou claro que não estava contente com a situação. “Para mim, é bastante desagradável estar perante a Vossa Excelência nessa circunstância”, disse.Na avaliação desses aliados de Bolsonaro, a brincadeira pode ser vista como “desrespeitosa” por familiares de manifestantes presos por ordem de Moraes após envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro. O tom “amigável” com Moraes adotado por outros réus também foi criticado por lideranças bolsonaristas. A avaliação é de que isso beneficia apenas a imagem de Moraes e, dificilmente, aliviará a situação do ex-presidente.
Na avaliação de parlamentares aliados a Bolsonaro, o inquérito do golpe seria um “jogo de cartas marcadas”, no qual dificilmente o ex-chefe do Planalto e a maioria dos demais réus escaparão sem condenação.