Órgão suspendeu todos os descontos associativos dos aposentados e pensionistas após Polícia Federal identificar fraudes.
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller, informou à CNNque novos padrões de fiscalização serão adotados, caso o governo decida autorizar a retomada de descontos associativos diretamente na folha de pagamento dos aposentados.
“Estão bloqueados até uma segunda ordem. Se algum dia voltar, tem que ser padrões muito diferentes. Padrões muito distintos daqueles adotados. Eu não posso firmar um acordo de cooperação com uma entidade de fachada”, afirmou. Após a Polícia Federal identificar fraudes nos descontos, o INSS iniciou um “pente-fino” em todos acordos firmados com entidades associativas para verificar eventuais descontos indevidos. Ao todo, 41 associações estão sendo alvo de uma auditoria interna.
O novo presidente reforçou que todos os descontos associativos estão suspensos e admitiu que, desde 1991, quando a lei passou a permitir os acordos de associações com o INSS, nunca houve uma auditoria nos processos e que o órgão nem sequer tem essas documentações.
“Nunca ocorreu uma checagem ou auditoria nessas associações ao longo de mais de 30 anos”. Para ele, o processo foi “formatado de uma maneira estranha”, baseada na “confiança” ou “fio do bigode”, onde as associações informavam os associados após o acordo. A falta de fiscalização se deu, em parte, porque o INSS “nunca guardou, nunca recebeu a documentação comprovatória desse desconto”.