Deputados não demonstram boa vontade em apoio à Júnior Mano, descrito como “inconsequente” por alguns colegas, diante do que tem sido revelado pela PF.
Parlamentares admitem que já havia receio de que uma operação semelhante fosse autorizada, mas por meio do ministro Flávio Dino, que é relator de diversas ações sobre a execução de emendas parlamentares e o mau uso do recurso por políticos. Para um parlamentar da mesa, consultado sob reserva, a operação contra o deputado “não ataca a Câmara, mas naturalmente, pelo ambiente político, soma-se a outras [investidas] que o Supremo está fazendo”.
Gilmar Mendes é frequentemente consultado pelos parlamentares a opinar sobre a política. Justamente, no mês passado, Mendes ouviu reclamações de parlamentares sobre a relação com Dino. Apesar do risco de acirramento dos ânimos, os deputados não demonstram boa vontade com Júnior Mano, descrito como “inconsequente” por alguns colegas, diante do que tem sido revelado pela operação no Ceará.
Mano é suspeito de integrar um esquema de desvios de emendas destinadas a municípios do Ceará. A investigação teve início a partir da denúncia da prefeitura de Canindé (CE). A suspeita é de que o deputado tenha atuado em conluio com um prefeito eleito de uma cidade próxima, em uma organização criminosa que negociava emendas com gestores públicos em troca de comissão.