Segundo a PF, áudios obtidos pelos investigadores mostram que o grupo “era informado, em tempo real, da liberação de recursos e da expectativa de retorno financeiro”.
Segundo a PF, um grupo ligado ao deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) cobrava 12% de “pedágio” das prefeituras sobre o valor das emendas para liberar os recursos e direcionar as contratações. Segundo as apurações, “a atuação do parlamentar extrapola a esfera meramente política, configurando-se como operador ativo da engrenagem criminosa”.
Segundo a PF, áudios obtidos pelos investigadores mostram que o grupo “era informado, em tempo real, da liberação de recursos e da expectativa de retorno financeiro”. E que havia referências expressas de que “verbas oriundas de seu gabinete seriam destinadas à compra de apoio político, ao financiamento oculto de campanhas e ao pagamento de influenciadores e jornalistas.” A PF informou ao STF que uma ex-prefeita relatou em depoimento ter sido procurada pelo grupo do deputado com uma proposta “explícita de repasse de emenda parlamentar” condicionada a uma devolução de 15% do valor.
A informação sobre a suposta propina consta de trocas de mensagens, segundo a PF afirmou no pedido feito ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para deflagrar a operação realizada nesta terça. A PF apontou que Junior Mano foi “figura estruturante de uma organização criminosa” que usou recursos públicos indevidamente e manipulou eleições em diversas cidades cearenses. A PF argumentou que “os investigados utilizam contas bancárias próprias e de terceiros — incluindo familiares, assessores e titulares de programas sociais — como instrumento para a dissimulação de titularidade e origem de recursos”.
As contas continuavam ativas mesmo depois de parte do grupo já ter sido alvo de medidas investigativas anteriormente.