Em artigo, o jornalista e especialista em Investimentos Pedro Alcino, detalhe sobre a polêmica tributação sobre combustíveis no Brasil.
Nesta semana o governo federal através do ministério da economia, anunciou o fim da desoneração dos combustíveis com o retorno dos tributos, PIS/Cofins e a Cide. Reavendo dessa tributação o montante de quase R$ 30 bilhões aos cofres da União até o final do ano.
Mas algo que chamou bastante atenção foi o comentário de uma renomada jornalista, e para quem assistiu com os próprios olhos, é visível um deslize grave na defesa do indefensável, trazendo para si um palanque ainda eleitoral para justificar uma retórica governista. “Por mais impopular que seja, não faz sentido o país abrir mão de R$ 52 bilhões por estar preso em uma armadilha montada pelo governo Bolsonaro”, disse em sua chamada.
A explicação dela é fundamentada no viés ambientalista, a mais popular das elites cosmopolitas: “As razões passam pela questão política e atravessam as pautas sociais, ambientais e de justiça social. A gasolina é um produto que emite gases de efeito estufa, e há um esforço global para a redução das emissões”. Onde fica a necessidade diária da classe proletária que precisa de transporte para ir ao trabalho? E que sofrem com o impacto do aumento do combustível, ou seja, os pobres perdem indiretamente. Além da ressaca direta que tal decisão acarretará nos gêneros de primeira necessidade por conta da logística nacional, em um país como nosso de dimensões continentais, estritamente de modal rodoviário.
É perceptivo um falso ativismo ambiental para justificar viés ideológico na política econômica nacional. Os fins justificando os meios em prol de “justiça social” pautada em um Estado cada vez maior, com menos responsabilidade fiscal e extorsão tributária a quem verdadeiramente produz nesse país. Reforçando o alarmante indicativo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que aponta cada brasileiro destinando ao governo em impostos o montante de 40,82% do seu rendimento médio anual.
Pedro Henrique Alcino – Jornalista, Mestre em Administração Pública e Especialista em Investimentos e Private Bank.