Senador afirmou que Júnior Mano é íntegro, bom e honesto, e que Gilmar seria suspeito na ação contra o investigado. Na ocasião disparou contra a PF e o judiciário; “achincalham as pessoas”.
Nessa quarta-feira, senador Cid Gomes (PSB) tratou de articular uma grande coletiva de imprensa para sair em defesa do deputado federal Júnior Mano (PSB), alvo de investigação da Polícia Federal (PF) sobre suposto esquema de desvio de emendas parlamentares. Visualmente desgastado e irritado, Cid apresentou slides com suas “razões” para o posicionamento em defesa do investigado. Na ocasião, o senador atacou a Polícia Federal e o Judiciário.
Apesar de não negar que haja atualmente “transação imoral” com emendas no Congresso Nacional, Cid acredita que “o ministro Gilmar tem sido pressionado pata fazer alguma coisa” e, por isso, “devia entregar o caso para outra pessoa”. “Todo mundo identifica uma ligação do ministro Gilmar Mendes com a política do Ceará”, completou. A fala de Cid, refere-se a pessoa do ex-senador Chiquinho Feitosa, cunhado de Gilmar e atual presidente do Republicanos no Ceará. A Polícia Federal avalia queJúnior Mano (PSB-CE), alvo principal da Operação Under, deflagrada na semana passada, atua como uma ‘figura estruturante’ de uma organização criminosa voltada ao desvio de verbas de emendas parlamentares destinadas a pelo menos 51 cidades do sertão do Ceará.
“Eu não sou dono da verdade, mas eu tenho essa intuição. Já devo ter convivido com cinco mil pessoas na política, das quais eu me enganei com cinco. A minha intuição diz que o Júnior Mano é uma pessoa do bem, que está na vida pública para servir, ajudar e naturalmente – também segundo a sua vocação, seguir em frente, fazer carreira, crescer”, afirmou Cid ao sair em defesa do investigado.
Segundo os investigadores, Júnior Mano utiliza as emendas para promover ‘utilização indevida de recursos públicos e manipulação de processos eleitorais’. A PF destaca que o esquema incluía negociação de emendas até de ‘terceiros’, em referência a deputados aliados. Cid é o principal defensor e padrinho da candidatura de Júnior Mano ao Senado, na sua sucessão. Nesta quarta-feira, ele reiterou que não pretende concorrer à reeleição. Em declarações anteriores, o senador deixou claro que a vaga na campanha majoritária seria dele.
